Galeria ABRACE realiza Seminário e vê avanço importante em favor das pessoas com doenças reumáticas na Bahia.
ABRACE realiza Seminário e vê avanço importante em favor das pessoas com
doenças reumáticas na Bahia.
O Seminário Trajeto
Terapêutico do Paciente Reumático na Sua Linha de Cuidado foi realizado na
última quarta-feira 10, como parte das atividades dedicadas ao Maio Roxo.
A ABRACE - Associação Baiana de Pessoas Reumáticas, Afiliados, Colaboradores e Entusiastas promoveu o Seminário Trajeto Terapêutico do Paciente Reumático na Sua Linha de Cuidado, com o objetivo de contribuir com a implantação da Linha de Cuidados para Pacientes Reumáticos no estado.
“Nós existimos com o propósito de promover o direito à saúde e à qualidade de vida das pessoas com doenças reumáticas. E nós entendemos que isso não é possível sem políticas públicas eficientes”. Afirmou a presidente da ABRACE, Adriana Bispo.
Realizado no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (SESAB), contou com o apoio e a participação da Superintendência Estadual de Justiça e Direitos Humanos (SUDEF), Sociedade Baiana de Reumatologia (SOBARE), Centro de Referência em Reumatologia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES), o Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS), Conselho Estadual de Saúde (CES), Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, Associação de Amigos e Pessoas com Lúpus do Vale do São Francisco (BORBOLETAS DO VALE), Grupo de Apoio ao Paciente Reumático do Ceará (GARCE); Associação de Pessoas com Fibromialgia, Familiares e Amigos do município de Salvador, membros Grupo Gente de Fibra, do GRUPARSA-Grupo de Portadores de Artrite Reumatóide de Salvador, Clínica SER DA BAHIA, dentre outros.
“A Secretaria de Saúde [do estado] acredita na evolução do
cuidado a partir da união entre gestores e sociedade civil”. Disse a diretora de Atenção Especializada da SESAB, Dra. Maria Alcina Boullosa.
Maio
Roxo é o Mês Panamericano de Conscientização das Doenças Reumáticas. É dedicado
à atenção às pessoas que convivem com algumas doenças inflamatórias, dentre
elas, a espondilite anquilosante, fibromialgia e lúpus eritematoso sistêmico.
Dentre elas, destaca-se o lúpus.
“É uma doença que acomete normalmente mulheres jovens, mulheres
altamente produtivas, e curiosamente mais grave e mais frequente na raça
negra”. Afirmou o coordenador do Serviço de Reumatologia do HUPES, Dr.
Mittermayer Santiago.
As atividades do
Seminário começaram com o credenciamento, um saboroso Café de Boas Vindas, e
seguiram durante todo o dia com palestras, debate e momentos de descontração.
Os assuntos abordados basearam-se em subtemas como:
· - O
paciente reumático e o cuidado do ponto de vista da gestão estadual;
· - Perspectiva
de acompanhamento sistemático dos pacientes reumáticos nas APS, em salvador;
· - Acesso
ao tratamento medicamentoso do paciente reumático no componente especializado
da assistência farmacêutica;
· - Fortalecimento
do cuidado do paciente reumático na Atenção Básica, utilizando a estratégia da
telessaúde;
· - Jornada
do paciente lúpico - trajeto terapêutico do diagnóstico à remissão; e
· - Arte de
liderar, dando mais vida a vida.
Um dos pontos mais debatidos foi a dificuldade de acesso a médicos reumatologistas
no Sistema Único de Saúde – SUS.
“A gente tem uma concentração [de reumatologistas] maior, ainda na
capital, com uma demanda muito grande no interior e isso, de fato, traz muita
contenção de atendimentos”. Disse a presidente da SOBARE, Dra. Viviane
Machicado.
A linha de cuidados é
um dispositivo estratégico de gestão que articula os níveis de atenção à saúde
aproximando a atenção primaria (que é aquela que deve estar disponível para
100% da população através dos postos, dos centros de saúde) dos pontos de atenção
das chamadas atenção secundária (aqueles pontos de atenção que já ofertam
consultas especializadas, exames diagnósticos, procedimentos terapêuticos da
chamada média complexidade) e também articula: Atenção Primária e a Secundária
com a Atenção Terciária que é a atenção hospitalar de maior complexidade,
conforme explicou a Dra. Alcina Boullosa.
Na sua fala, a Dra. Alcina também afirmou: “essa linha de
cuidado ainda não está pactuada... mas o compromisso continua, nós seguiremos
em frente... com ela é possível promover um cuidado integral ao usuário,
garantindo acesso desde a prevenção, a promoção ao diagnóstico, ao tratamento a
reabilitação, mas mais importante do que isso é estabelecer o fluxo”.
No período da tarde, uma das principais
abordagens foi sobre o comportamento do
paciente nas consultas médicas.
“Se você for educado em saúde, você vai poder
conversar melhor com seu médico”. Afirmou o advocacy do GARCE, Dr. Marco
Aurélio Azevedo.
Em sua fala, ele reforçou a importância das
pessoas buscarem conhecimento, em fontes seguras, sobre suas condições de
saúde, e a importância da pessoa preparar-se para esse atendimento, anotando
tudo que sentiu ou está sentido no intervalo entre uma consulta e outra. Para
auxiliar ao médico no prprio tratamento e para que seu médico saiba o que
fazer para ajudá-la.
Avanços
Para a ABRACE, a proposta de formalização de um grupo de trabalho para a
pactuação da referida linha de cuidados, sugerida pelo vice-presidente do
CESEMS, Dr. Raul Molina, é um avanço importante.
“Agora já aqui a [Comissão] Bipartite formalizar uma equipe
de trabalho... institucionalizando isso pra que a gente possa elaborar a
Política, pra que ela seja pactuada, e quando a gente diz elaborar, a gente
está colocando deveres e obrigações, quem entrará com o quê, qual será a
contrapartida de quem”. Ressaltou Dr. Raul.
O apoio do COSEMS, da SOBARE e de novos Movimentos Sociais à implantação
da referida linha de cuidados e a maior visibilidade às pessoas que convivem
com doenças reumáticas também são vistos como avanços importantes.
Assista aqui > Seminário Trajeto
Terapêutico do Paciente Reumático na Sua Linha de Cuidado na Bahia - YouTube
Fontes
Texto: Setor de Comunicação da ABRACE.
Fotos: Manuela Cavadas.